Após um tempo de sedentarismo, você resolveu voltar às atividades físicas. Uma simples corrida, porém, causa nos primeiros dias falta de ar, dor nas pernas e um incômodo no canto lateral do tórax. Isso acontece porque, sempre que utilizamos de forma contínua um músculo ou articulação, o corpo acaba por dar avisos de que é preciso diminuir o ritmo. As dores no maxilar têm a mesma razão.
O maxilar é uma das partes do corpo mais utilizadas, e a que tem maior mobilidade. Ele pode se deslocar para frente, trás e lado, e é utilizado durante a mastigação, ao engolir, falar ou mesmo respirar. Desta forma, seu movimento contínuo pode trazer dores, por sua simples utilização em ritmo mais pesado.
Entretanto, estas dores são episódicas. Um incômodo ao final do dia, um crepitar durante a mastigação. Mas quando começam a se repetir, a causa do problema pode estar além do natural.
O DTM
O maxilar faz parte da chamada articulação temporomandibular (ATM), formada por toda a área frontal do crânio, incluindo da cabeça à região frente à orelha. Qualquer problema que diminui os movimentos desta área ou cause dores é chamado de Distúrbio da Articulação Temporomandibular, ou simplesmente DTM.
Os DTM podem ser classificados em três tipos:
- Muscular, causado pelo excesso de tensão nos músculos da mandíbula;
- Articular, por sobrecarga da articulação, normalmente causada por movimentos repetitivos;
- Mista, que une o muscular e o articular.
Os sintomas comuns do distúrbio são variados, e podem ser confundidos com muitas outras enfermidades. Eles incluem dor no maxilar, no ouvido, ao abrir a boca, ao mastigar, ao bocejar, ao fechar a boca, dor de cabeça, nas têmporas, zumbidos no ouvido, dor nos dentes, incômodos no pescoço e maxilar, ranger dos dentes, crepitação dos ossos durante o movimento do maxilar, modificação no encaixe dos dentes e marcas de mordida na língua.
Os sinais podem ser confundidos, por exemplo, com casos de dengue, sinusite ou mesmo artrite, que tem sintomas parecidos. Por isso, é importante ficar atento à frequência dos incômodos. Caso aconteça várias vezes por semana, é hora de procurar atendimento médico.
Normalmente, distúrbios de DTM são tratados por dentistas. Entretanto, uma visita a um clínico geral pode ser o primeiro passo para o descarte de outras doenças.
Como aliviar a dor no maxilar?
O tratamento de problemas no maxilar inclui métodos variados, e cada um deve ser aplicado de acordo com a gravidade do DTM.
Existem também simples medidas que podem também ser tomadas para a prevenção do problema. Conheça-as!
- Não impedir o bocejar involuntário: os bocejos são importantes para a oxigenação do cérebro e o “exercício físico” do maxilar. Lembre-se, porém, de não provocá-los: apenas não impeça-os.
- Fale devagar: a fala rápida pode trazer fortes impactos ao músculo e articulações do maxilar. Por isso, escolha se expressar de forma pausada.
- Exercícios de fisioterapia: técnicas para correção da mordedura da mandíbula ajudam no relaxamento e eliminam a disfunção que até mesmo atrapalha a mastigação. Os exercícios incluem alongamentos e atividades de fortalecimento dos músculos maxilares.
- Acupuntura: o ramo da medicina chinesa introduz agulhas em pontos precisos do corpo e provoca efeito anestésico, além de reduzir o estresse agente causador do DTM.
- Medicamentos: anti-inflamatórios, relaxantes musculares e aspirinas ajudam na eliminação da dor na mandíbula, mas só devem ser utilizados sob prescrição médica. O uso irrefreado de remédios pode mascarar sintomas de uma doença mais grave, e prejudicar seu diagnóstico e tratamento.
- Tratamento odontológico: problemas bucais como o bruxismo, inflamações na gengiva ou dentes, e até o crescimento dos sisos podem causar DTM. Desta forma, a visita regular ao dentista previne o avanço das causas e, consequentemente, de algum Distúrbio da Articulação Temporomandibular.